Em 2023, a Anvisa aprovou uma nova vacina contra a dengue, agora, atendendo a um público mais extenso. Mas o vírus sincicial respiratório (VSR) também gera preocupação, e novas vacinas estão sendo debatidas nos Estados Unidos.
A dengue e o vírus sincicial causam preocupações sazonais aqui no Brasil. Enquanto a dengue tem o seu aumento de casos durante o verão, o vírus sincicial provoca mais problemas durante os meses de outono e inverno. Por isso o cuidado com a saúde e a prevenção precisam ser adotados ao longo do ano inteiro.
Mas além de tomar medidas preventivas no dia a dia, existem as vacinas, uma forma muito eficaz de fazer o controle das infecções. Neste artigo você vai aprender um pouco mais sobre os imunizantes contra a dengue e o vírus sincicial, compreendendo como está o cenário aqui no Brasil. Continue lendo.
O vírus sincicial respiratório, também conhecido como VSR, é um agente patógeno pertencente ao gênero Pneumovirus, e um dos principais causadores de infecções agudas nas vias respiratórias.
Ele acomete, principalmente, crianças até os dois anos de idade, pois elas estão mais sujeitas a problemas graves, como a bronquiolite. O VSR também pode causar pneumonia e outras doenças respiratórias preocupantes.
A disseminação do VSR acontece com mais intensidade durante os meses mais frios do ano. Nos Estados Unidos, ele costuma provocar muitos casos de doenças respiratórias em pessoas vulneráveis, por isso, a agência Food and Drug Administration (FDA), que atua de forma similar à Anvisa, recomendou que a vacina da Pfizer contra o VSR comece a ser administrada em adultos mais velhos.
O intuito é vacinar os idosos, mas também existe a possibilidade de aplicar o imunizante em mulheres gestantes. Dessa forma, o organismo da mãe produziria anticorpos que seriam transferidos para o bebê, ajudando a evitar a VSR nos primeiros meses de vida.
Contudo, ambas as vacinas, para idosos e gestantes, ainda estão em processo de aprovação nos Estados Unidos. Na Europa, foi aprovada a administração de uma dose única das vacinas AstraZeneca e Sanofi em bebês de alto risco. Mas a FDA ainda vai debater a liberação desse medicamento nos Estados Unidos.
No Brasil, ainda não está disponível a vacina contra o vírus sincicial. Contudo, ele também circula por aqui e é um dos grandes motivos do atendimento de bebês e crianças em hospitais devido aos quadros de doenças respiratórias.
Em nosso país, a medida preventiva adotada é a oferta do palivizumabe, por meio de um programa do Ministério da Saúde. Trata-se de um anticorpo que atua de forma específica contra o VSR. Ele é ofertado para crianças prematuras nascidas com até 28 semanas, para bebês com cardiopatias congênitas, displasia broncopulmonar ou outro fator de risco.
É administrado uma vez por mês ao longo de cinco meses, antes do período de maior circulação do VSR, a fim de prevenir os casos graves de doenças respiratórias agudas.
A Anvisa aprovou em 2023 a Qdenga, nova vacina contra a dengue desenvolvida pela farmacêutica Takeda. O imunizante é baseado no sorotipo 2 do vírus da dengue atenuado. Ele permanece vivo, porém, está enfraquecido e não é capaz de causar a doença. Essa mesma tecnologia é utilizada nas vacinas contra febre amarela, sarampo, caxumba e poliomielite oral.
A eficácia dessa nova vacina já acontece a partir da administração da primeira dose, e a imunização é ampliada com o reforço. Contudo, após 24 meses, há uma redução da eficácia do imunizante. Por isso, está sendo estudada a necessidade de uma dose de reforço após quatro ou cinco anos.
Mesmo com a eficácia reduzida, a nova vacina contra a dengue é capaz de reduzir a hospitalizações em até 84% e tem eficácia de 61,2% na prevenção dos casos gerais da infecção.
Isso acontece porque o organismo, quando em contato com o vírus enfraquecido, desenvolve anticorpos capazes de combatê-lo. Assim, ao entrar em contato com o agente patógeno em seu estado natural, o corpo é capaz de evitar a infecção.
Já existia uma vacina contra a dengue antes do desenvolvimento da Qdenga. A diferença desse novo imunizante para o anterior é que são necessárias apenas duas doses, enquanto a vacina antiga requer três aplicações.
Além disso, ela é segura para imunização de pessoas entre 4 e 60 anos de idade, enquanto a outra se limitava à população dos 9 aos 45 anos. A nova vacina pode ser aplicada mesmo em pessoas que não tiveram dengue, enquanto a anterior era voltada somente para aqueles que já tinham passado por um quadro de infecção.
Gradativamente, a medicina avança no desenvolvimento de novos imunizantes e as novidades envolvem também o Brasil. Cabe a cada um fazer a sua parte e acompanhar essas inovações buscando a própria imunização, para conseguirmos conter o avanço de doenças e evitar a morte de pessoas.