Perda de massa muscular na DPOC: Um problema frequente?

Tempo de leitura: 3 min.
Atualizado em: 20/07/2023
Nadine Cristina Machado
Autora
Lilian Galligani
co-autora
Sumário

 A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) se caracteriza por limitação crônica ao fluxo aéreo que não é totalmente reversível, sendo frequentemente progressiva e associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões à inalação de partículas ou gases nocivos. É uma doença altamente prevalente, apesar de ainda ser subdiagnosticada e subestimada. Dados nacionais a identificam como uma das cinco maiores causas de internação no sistema público de saúde. Para se ter noção de sua prevalência, somente na cidade de São Paulo varia de 6 a 15,8% na população com idade igual ou superior a 40 anos.

As alterações não se restringem ao trato respiratório, podendo ocorrer também efeitos sistêmicos adversos, como baixo índice de massa corporal e repercussões sobre a musculatura esquelética, principalmente nos pacientes com doença em estágio mais avançado. Por se tratar de uma doença subnotificada o profissional de saúde deve estar atento principalmente com pacientes que apresentam sarcopenia, mesmo com a carência de estudos que comprove o agravamento da DPOC decorrente da perda de massa advinda da sarcopenia, a fim de que a soma do tratamento da comorbidade possa promover melhor qualidade de vida ao paciente.

Quanto a sarcopenia, é definida como perda de massa muscular, altamente prevalente em idosos, parece decorrer da interação complexa de distúrbios da inervação, diminuição de hormônios, aumento de mediadores inflamatórios e alterações da ingestão protéico-calórica que ocorrem durante o envelhecimento. A literatura também aponta que de 30% a 40% dos pacientes com DPOC apresentam sarcopenia!

E como buscar perda de massa muscular (sarcopenia)?

   Além do histórico clínico, pode-se utilizar o questionário SARC-F: Ferramentas de rastreio para a fragilidade física e sarcopenia, densitometria óssea de corpo total, ressonância magnética, tomografia computadorizada entre outros.

   Para triagem e diagnóstico de sarcopenia, o EWGSOP recomenda seguir o caminho: Find cases-Assess-Confirm-Severity (F - A - C - S).

F: Find cases (encontrando casos): Para identificar indivíduos com risco de sarcopenia, o EWGSOP recomenda o uso do questionário SARC-F ou suspeita clínica para encontrar sintomas associados à sarcopenia.

A: Assess (Avaliar): Para avaliar a evidência de sarcopenia, o EWGSOP recomenda o uso de força de preensão ou o Teste de levantar da cadeira com pontos de corte específicos para cada teste. Para casos especiais e para estudos de pesquisa, outros métodos para medir a força (flexão / extensão do joelho) podem ser usados.

C: Confirm (Confirmar): Para confirmar a sarcopenia por detecção de baixa quantidade e qualidade muscular, aconselha-se DXA (Densitometria óssea) e a BIA (bioimpedância elétrica) na prática clínica, TC (Tomografia computadorizada) ou RM (Ressonância magnética) em estudos de pesquisa.

S:Severity (Determinar a gravidade): a gravidade pode ser avaliada por medidas de desempenho; Velocidade de marcha, SPPB(Short Physical Performance Battery), TUG (timed up and go test ) e teste de caminhada de 400 m podem ser usados.

>> Referências Bibliográficas:

FMUSP. Clínica Médica. 2. ed. São Paulo: Manole, 2016. 1016 p.

SILVIA et all, “Sarcopenia associada ao envelhecimento: aspectos etiológicos e opções terapêuticas, Sielo , disponível aqui : , acessado em 10/02/2023. Ou aqui

COSTA et all, “ Sarcopenia na DPOC: relação com a gravidade e o prognóstico da DPOC”, disponível aqui , acessado em : 10/02/2023. Ou aqui

TOLEDO E MIKA, “Novo consenso europeu de definição e diagnóstico da sarcopenia”, Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE),  disponível aqui , acessado em : 10/02/2023.

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